São Paulo - O Brasil obteve a segunda maior média de preços da banda larga em um estudo realizado com 15 países.
Os dados consideram o valor cobrado pela conexão de 1 Mbps e
fazem uma média com a renda da população do país, resultando em quantas
horas o cidadão precisaria trabalhar para pagar pelo acesso à internet
banda larga.
Segundo o estudo, o brasileiro precisa trabalhar 5,01 horas por mês
para bancar uma conexão de 1 Mbps. À frente do Brasil está apenas a
Argentina, com média de 5,15 horas trabalhadas.
Entre os 15 países, o Japão obteve a melhor média, com 0,015 hora para pagar pela conexão.
A pesquisa foi realizada pelo economista e professora da FGV,
Samy Dana, em parceria com o aluno de economia da UFV-MG, Victor
Candido. Eles consideraram dados da Akamai e do World Stats para obter
as médias de velocidade da conexão, e informações do Banco Mundial para
calcular as rendas de cada país.
De acordo com o estudo, a média de preço no Brasil para
contratar uma conexão de 1 Mbps é de US$ 25,06 por mês (considerando uma
renda média por hora de US$ 5). No Japão, o mais bem colocado, a média
de valor é de US$ 0,27; no entanto, a média de renda do país asiático é
de US$ 18.
A pesquisa selecionou nações emergentes e desenvolvidas para
calcular as médias. Além dos países citados, também estão África do Sul,
Canadá, Chile, Polônia, Portugal, Holanda, Finlândia, Estados Unidos,
França, Noruega, Suécia e Coreia do Sul.
Segundo os pesquisadores, um dos motivos para o alto preço
cobrado no Brasil é a carga tributária. Eles citam que enquanto o país
paga 40% em impostos sobre serviços de banda larga, o Japão cobra apenas
5%.
As operadoras de telefonia criticaram a comparação com países
desenvolvidos como o Japão, alegando que o preço da banda larga fixa no
Brasil caiu 68% desde 2008. Além disso, afirmam que a média de US$ 25,06
para velocidade de 1 Mbps não reflete a realidade do país.